terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sobre o Amor




Como amar?

            Escrever seriamente sobre o Amor é, não neguemos, tarefa complicada. Poderá não o parecer, considerando a banalização do tema amoroso, chapado em romances, poemas, músicas, filmes, enfim, gritado e repetido ao expoente da loucura, relembrando os saudosos Ornatos. Quem pensa desta forma, julgando encontrar o Amor à tona da água, provavelmente não pensou muito. Pensar dá trabalho, tal como amar.
            Ora, mesmo os sapientes gregos tripartiram o Amor, não nos admiremos então perante as possíveis sete biliões de definições presentes, cada cabeça sua sentença, recorrendo ao ditado – atenção aos ditados. Considero, desconsiderando a presunção, que se ama mal nos dias de hoje, em muitos casos. Por isso tanto sofrimento, excessivo, evitável. A representação do Amor surge atolada em areias movediças, como oásis imaginário num deserto, arrebatamento mágico. Ilusões. A ilusão da mítica cara-metade, alma gémea, de Aristófanes, continua a monte. Convenhamos, o príncipe encantado, pessoa prática, somente experimentou o sapatinho de cristal nas senhoras do seu reino, ignorando as restantes Cinderelas. A obsessão não é boa companhia. Muitos julgam ser possível ter e perder outro ser humano, qual reles mercadoria. Podemos falar de uma relação consentida, de sentimentos recíprocos (na medida do possível), desejada pelos amantes, outra coisa seria faltar à verdade, penso. Encarando e aceitando a verdade, a visão das coisas tende a ser mais clara. E claro, devo mencionar ainda, não uma ilusão mas sim um defeito, o egoísmo amoroso. Amo-te = Quero-te, porque me proporcionas prazer, felicidade, a mim; mas se não mantiveres uma relação comigo podes ir morrer longe. Amo-te… pausa, esperando como resposta um Também te amo.

            Amar de forma sensata, racional, desejando o bem do Outro, a sua felicidade, não a nossa – o Outro encarregar-se-á disso. Numa situação desejável.

            Regressando aos Ornatos, O Amor é uma doença quando nele julgamos ver a nossa cura. Faz algum sentido.

J

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sobre o natal


Qual o significado do natal?


            De forma simples, nascimento (navidad em castelhano). Se preferirmos Christmas, encontramos a sua origem em Christ's Mass, missa de Cristo. As palavras (etimologias) são quem melhor nos esclarecem acerca dos seus verdadeiros significados, portanto, quando duvidamos seriamente do que nos sai da boca, o melhor é pensar na coisa que desejamos palavrear e na palavra que estamos em vias de escolher. Falar correctamente é custoso, mas esclarecedor. Além de divertido.
            O natal, sendo tema antigo em debates e em dúvidas, é, penso que de modo consensual, a comemoração do aparecimento de Cristo enquanto figura corpórea, materializando-se o metafísico, mais do que a comemoração do seu nascimento, somente “necessário”. O nascimento em si dificilmente terá acontecido no dia 25 de Dezembro, salvo se algum pastor mais destemido decidiu levianamente passear com o rebanho arriscando uma broncopneumonia. Há quem aponte os finais de Setembro como a provável altura abençoada. O dia foi convenientemente escolhido pela Igreja, defendem, de forma a coincidir com uma comemoração pagã em torno do solstício. Os ortodoxos festejam o aparecimento da divindade em Janeiro, dia 7.
            Aliás, continuando o desmonte, ou lançando dúvidas, desconhece-se o local onde ocorreu o nascimento. Estábulo? Ignora-se também quantos reis magos visitaram o recém-nascido. Correcção, homens sábios e não reis. Melhor, não visitaram um recém-nascido mas sim uma criança. Enfim… maiores dúvidas não suscitarei, uma dissertação sobre a existência ou não-existência de Deus seria extensa, e certamente inconclusiva. Que tenha apenas presente o seguinte: o pensamento sobre o natal não deverá ignorar o seu significado, a sua necessária religiosidade – embora seja celebrado por não religiosos –, a menos que, ao invés de natal, o que na realidade desejamos passar a palavras é “dia em recebi isto e aquilo, ofereci tal, comi assim assado, na presença de fulano e beltrano”. Compreendo que fazer a passagem de que escrevo é difícil (erros e erros…), contudo, o compromisso com a verdade é imperativo. Se pretendermos algo mais profundo, basta associar a isto os bonitos valores da Igreja – instituição de grande importância –, necessários, sem a menor dúvida, ao ser humano e à sua vida em sociedade.
            Outras questões podemos colocar, as mesmas de sempre. A da caridade anual, a do consumo excessivo, a da hipocrisia familiar, a dos descarregos de consciência, e por adiante, no mesmo tom.

            O natal, para religiosos e não religiosos, sugere algo interessante, a ideia de um eventual renascimento, nosso, seres humanos.

… já agora, por curiosidade, a actual imagem do distribuidor de presentes, em farpelas vermelhas, não foi criada pela marca de refrigerantes, embora esta a tenha utilizado e difundido em várias campanhas publicitárias.

J

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Há dias assim...

Há dias destes. Em que acordamos e parece que tudo em que tocamos se estraga ou que tudo o que nos acontece não devia ter acontecido. A vida decorre, hoje uma coisa boa e amanhã uma má. O problema é quando os dias maus acabam por se repetir, over and over again... O que fazer? Esperar que o universo venha com uma resolução mágica de todos os problemas e aguardar que por UMA vez as coisas fiquem bem? Os dias correm mal, não é apenas um dia, estes vão-se repetindo sem eu puder fazer nada que o possa evitar. Pergunto-me, o que terei feito numa vida anterior para que isto aconteça agora?
Sabem que mais? Resta esperar por dias melhores com a esperança que isto faz tudo parte de um plano maior e que os meus dois sonhos vão mesmo acabar por se realizar, e se isso assim acontecer, ficarei contente e com a sensação de dever cumprido. Fiquem com a música da Filipa Azevedo na Eurovision, a letra é bonita e vale a pena ouvir :)



Até lá, continuo a não estar louco, mas quase a ficar.
Desejo que tudo vos esteja a correr bem...

Quote of the day

"Não sei por onde vou, Não sei para onde vou. - Sei que não vou por aí!"

Não sei o meu destino, não sei onde irei acabar, sei apenas que o caminho que me impõem não é o mais correcto e apenas vou por onde sinto que devo ir...


Não cometer os mesmos erros e sorrirem vez de chorar.

Até à próxima,
JB

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Funny thing about dreams...

Contaram-me agora que sonharam comigo, tínhamos ido ao cinema à sessão da meia-noite. O filme acabou tarde e quando saímos de lá, conta-me a "autora" do sonho, passámos imediatamente para outra zona de acontecimentos. Não acham engraçado, isto dos sonhos? Não nos lembramos como é que fomos parar a tal local/situação, apenas apercebemo-nos quando estamos lá...
Há algum tempo ouvi falar de uma teoria que defende a existência de "sonhos lúcidos". Basicamente, enquanto estamos a sonhar temos a plena consciência e sentimento tanto do sonho que estamos a viver como das percepções emocionais e sensoriais. Um dos autores pioneiros do assunto, Stephen LaBerge define-os como "sonhar e saber que estamos a sonhar". As pessoas que conseguem estas experiências contam que são momentos fantásticos, coloridos e animados. Muitos dizem também que mudaram a sua maneira de viver graças aos sonhos lúcidos.

Eu gostava de experimentar, e vocês? :)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O guarda-chuva amarelo

O amor. Há coisas que nunca mudam, haverá sempre o mistério e o encantamento quando falamos da área. Aquele amor "Romeu e Julieta" dos tempos áureos de Shakespeare, mas não só, aquele amor que coloriu telas e encheu ouvidos de notas musicais românticas. Será que existe o amor eterno? A resposta simples à equação mais complicada é uma busca que remete-nos para a eternidade.

Esta é a minha visão. O amor é como um ser vivo, não existe, nasce e cresce, moldando-se aos acontecimentos desenrolados que irão determinar a sua maneira de ser futura. Considero então que, é possível (e preferível, para mim) viver um amor que dure e que seja feliz, descurando os casamentos com interesses socio-económicos que hoje em dia ainda são observados em determinadas culturas.
Se vinham com a ideia de ler um texto animador sobre o amor e as relações, esqueçam. A minha experiência actual mostra que simplesmente esta é uma posição onde não sei jogar. Antigamente, brincava a pensar que a vida era bela, hoje em dia brinco à mesma, mas já penso melhor e a vida não é bem assim... Antigamente apaixonava-me por gostarem de mim, hoje se me apaixono entro numa espiral de destruição maciça que acaba obviamente com escuridão e momentos difíceis. Antigamente acreditava no amor verdadeiro, que cada um de nós tem algures uma pessoa destinada que irá encontrar mais cedo ou mais tarde. Por outras palavras, acreditava no destino. Hoje, já penso melhor, penso que temos mais controlo do que pensamos e que cada acção tem uma reacção. Apesar de tudo, o mais pequeno evento pode accionar uma cadeia de acontecimentos que muda tudo, mesmo que ao inicio não o consigamos ver. Pergunto-me: porque é que mudei a minha forma de pensar e acreditar nas coisas? É difícil quando perdemos pela primeira vez, é ainda mais difícil quando após tanta luta voltamos a perder outra vez e outra vez... Afinal, sou eu que estarei mal? O amor é como uma borboleta, esmagas se o segurares com muita força e dás-lhe liberdade se o segurares com cuidado. Porque é que não consigo encontrar o meio termo? Pergunto, mas não encontro resposta...

Acho que o mais engraçado no amor é que nunca sabemos como é que as coisas vão acabar por acontecer. Para mim, todas as relações necessitam de manutenção, pode ser um pequeno gesto ou simplesmente retomares o caminho que estavas a seguir, e o mais importante é que, se gostas dessa pessoa e realmente te preocupas com ela, os sacrifícios são fáceis de se fazer.

Para concluir, penso que as relações são inevitavelmente frágeis. Quanto ao meu caso, sou narcisista, pessimista, obsessivo, inseguro e tenho tanto medo de intimidade que cada uma das minhas relações é uma jornada de auto-destruição que acaba num buraco negro de expectativas e desespero estilhaçados. A maneira mais fácil de perder alguém é querer essa pessoa demasiado. É importante referir os amigos, todos nós conseguimos lidar com qualquer situação desde que tenhamos aquele grupo que sempre esteve connosco. Não consigo imaginar como seria se estivesse por minha conta.
No final de tudo, temos é de nos sentir orgulhosos pelas decisões que tomámos e dormir de consciência tranquila. Nunca, mas mesmo nunca, cair nos mesmos erros. É natural que nos preocupemos com o futuro, especialmente quando pensamos que os nossos sonhos (neste caso o de encontrar a pessoa certa) podem não se realizar. Quanto ao meu futuro, já cheguei aquele ponto em que já não procuro, porque no fundo sei que ela anda por aí e que se algum dia tiver de aparecer, aparecerá...
Até à próxima e continuem sãos, eu já dei o que tinha a dar...

domingo, 28 de novembro de 2010

Os Moedinhas...

Bem esta noite dormi mal... devido ao que aconteceu na noite passada... fui sair com J! mais o J.B. e uns quantos amigos fomos jantar ao famoso chines que fala charroco mas isso é um assunto à parte... Depois do jantar fomos para a zona de bares e discotecas estacionar o carro e como sempre eu habitualmente sou o parvo que dá as moedinhas aos arrumadores de carros (apartir de agora os arrumadores de carros sao os "moedinhas") dei eu 60 centimos e um outro amigo deu 1 euro se não me engano ou seja os Moedinhas ganharam 1.60 euros com 2 lugares o parque tem estacionamentos que nunca mais acaba! Depois do estacionamento e das moedinhas já que estavamos na zona dos bares fomos jogar bowling... não tou a gozar é mesmo a sério... e ganhei... Enfim isso já é outra conversa que terei de postar aqui como os humilho a jogar bowling.... depois do jogo lá fomos nós ter ao carro para irmos para casa tal nao foi o meu espanto quando me deparo com um parque de 50 lugares e estarem cerca de 200 carros estacionados!! Nunca gostei muito dos Moedinhas mas tenho de admitir que em arrumar carros eles percebem por outro lado só sabem fazer medidas e ver como é que cabe 3 carros no lugar de 1 depois de arrumados os Moedinhas querem a moeda para a veia e vão se embora comprar do produto duvidoso e chega outro para tirar os carros os carros estão juntinhos e bem estacionados que para uma pessoa tirar o carro vê-se aflita... o J.B. como tem um carro mais pequeno conseguiu tirar depois de eu sair do carro para dizer ca de fora o que ele devia fazer... o J.B. tirou o carro sem problema agora o J! é que estava mais aflito porque estava um careca muita palhação e estava a reclamar k nunca mais tiravamos o carro... la fui eu reclamar com o careca eu sou mesmo assim estou-me cag%&$# reclamei com o careca e ajudei o J! depois de tudo isso esta manhã quando acordei a minha conhada que trabalha na Repsol ao pé dos moedinhas diz que eles trazem todos os dias cerca de 400 a 500 euros e diz que ao fim da semana há uns que trazem 1000 euros e isto tudo em moedas... eu estou desempregado e ando sériamente ir lá trabalhar também!! Existe com cada trabalho e montes de gente anda desempregada!!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Demónio “perdoa”…

… não é como o Falcao. O incógnito… ou ignorância minha, John Erick Dowdle assina este Devil, regressando às salas, segundo apurei, após a realização de Quarentine, um remake… abrindo mais um parêntesis: que curiosa é a moda do cinema americano reconverter obras estrangeiras, em voga sobretudo no campo do terror, onde, ao que aparenta, realizadores americanos vasculham minuciosamente os caixotes filmográficos orientais (japoneses…), em busca da mais recôndita pérola. Certamente não virá qualquer mal ao mundo se destas práticas tiverem “origem”, mais segunda vida que outra coisa, filmes interessantes. Contudo, e mesmo não tendo opinião formada sobre esta matéria, parece-me lamentável que o mercado português não esteja receptível à diversificação, que não exista um verdadeiro leque de alternativas ao previsível… talvez as versões originais chegassem a algumas salas… fechando parêntesis, – … escrevia que Dowdle refez o badalado REC. Por mais badalado que tenha sido, para mim é igual ao litro, pois não vi qualquer desses “dois” filmes, tão pouco sou grande aficionado de filmes desta categoria (terror). Parece-me que existem demasiados, hoje em dia, tantas e tão más obras de suposto terror que a exigência de produzir algo bom há muito se perdeu. Aliás, qual terror qual quê… a fórmula actual é a do estropiamento, do gore extremo (ou simples lavasquice, porcaria… depende das opiniões), como se tivesse grande interesse a repetitiva visualização de invariáveis grupos de adolescentes acéfalos cortados às postas por um maníaco saído de uma qualquer ala psiquiátrica. Antes ver e rever as maluquices do Burton & Deep em Sweeney Todd ou Sleepy Hollow, mesmo burlescos, são filmes que têm ambientes condicentes, dignos de terror “à séria”. Antes a reposição dos Aliens, nunca o Sci-Fi foi tão horripilante! Ou o medo invisível de Shyamalan…  

… falando no diabo, é da mente meio indiana de M. Night que nasce a história de Devil, a primeira da dez (The) Night Chronicles – metragens baseadas em histórias de Night, ao que parece. Penso que são notórias algumas marcas do realizador, desde logo o confronto de um grupo de pessoas normais (pessoal do elevador, seguranças do edifício e polícias) a acontecimentos que ultrapassam a compreensão humana, passando pela gestão dos momentos críticos, a inexistência de efeitos espalhafatosos… Dowdle foi sensível e sensato. Não acredito que resultasse melhor com um diabo cornudo avermelhado a esventrar os enclausurados. Um filme com algum interesse, na minha opinião, não mais que isso. Um suficiente, suficiente + (sendo “mãos largas”), 2,5 a 3 numa escala de 0 a 5, qualquer coisa entre 11… 13, num máximo de 20, enfim, por aí. São assim as opiniões, múltiplas e pessoais – ah… e discutem-se, devem ser discutidas!, como é óbvio, ao contrário do que diz o povo.

Gostei da acção decorrer num número muito limitado de espaços, maioritariamente no elevador. Proporciona uma experiência “nova” ao espectador, além de se adequar ao suspense. Gostei da sequência inicial, a cidade filmada numa perspectiva diferente, embora possa causar uma estranheza que quase roça o desconforto. O momento em que a velhota se reergue também foi muito engraçado, estando a sua figura desfocada, num falso segundo plano, vá.

Não fiquei grande adepto do final, sinceramente. O mauzão deveria ter avisado que poderiam conservar as suas vidas se assumissem e se sujeitassem ao que tramaram no passado. Certamente ninguém morreria. A situação poderia ter sido explorada mais aprofundadamente.
Prémio Xis-Dê para Ramirez, o típico imigrante mexicano com grande fervor religioso que encerra em si grande sabedoria mas que é troçado pelos americanos. “La reunión del Diablo!”   

domingo, 14 de novembro de 2010

Mapa de um problemático...

Muse = Música de culto para mim. Esta letra é qualquer coisa do outro mundo.



Fear
And panic in the air
I want to be free
From desolation and despair
And I feel
Like everything I saw
Is being swept away
When I refuse to let you go

I can't get it right
Get it right
Since I met you

Loneliness be over
When will this loneliness be over?

Life
Will flash before my eyes
So scattered and lost
I want to touch the other side
And no one
Thinks they are to blame
Why can't we see
That when we bleed we bleed the same?

I can't get it right
Get it right
Since I met you

Loneliness be over
When will this Loneliness be over?

Loneliness be over
When will this Loneliness be over?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dissonâncias cognitivas e os 5-0


            Em vésperas do clássico, a edição de sexta-feira do pretensioso jornal A Bola inquiria de, modo inaudito, dragões ou lampiões?, numa tentativa de aliciamento dos comuns observadores a arriscarem a sua sorte, e dinheiro, no extenso e aliciante mundo das apostas desportivas online. Embora o nível de captain obviousice envolvido seja perturbador, como se fosse possível a ocorrência de outros resultados que não o triunfo azul, surpreende-me sobretudo o termo utilizado no tratamento dos adeptos benfiquistas. Lampiões? Lampiões? Independentemente da quantidade de iluminados no reino dos 6 milhões, convenhamos que essa adjectivação é polémica. O que terá passado nas mentes dos senhores da BetClic e d’A Bola? Mas se o próprio jornal oficial assim o diz, é porque talvez seja essa uma designação comummente aceite entre os próprios.

            Quanto ao clássico propriamente dito… uma música passou aquando o quarto, caindo que nem ginjas, explicando sem margem para dúvida o que aconteceu no relvado: Ora dá cá um/ E a seguir dá outro/ E depois dá mais um/ Que só dois é pouco… e quem diz dois, eventualmente acaba por chegar aos cinco. Atentem ainda na forma como o speaker anuncia o resultado, recusando proferir o nome Benfica.

<object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/olqMmNalhsE?fs=1&amp;hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/olqMmNalhsE?fs=1&amp;hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object>

A bandeira do visitante não foi hasteada, prática formal dos encontros da Liga, e algumas bolas de golfe e um frango (!!!) foram enviados para o terreno. Más-línguas apressaram-se a justificar que Roberto terá aberto a capoeira, mas sabemos que isso não sucedeu. Fora de brincadeiras, e entendendo que devido à sua pequena dimensão as bolas de golfe passem despercebidas (devendo ser mais eficaz a inspecção), como se explica que um frango, em boa saúde, tenha entrado no estádio?!

<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/EqXXmPO72n4?fs=1&amp;hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/EqXXmPO72n4?fs=1&amp;hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>

 
Duvido que nas calças de alguém, antes por cumplicidade de quem fez a (má) revista. Escusado será escrever, como o comentador brasileiro perspicazmente observou, que tudo isto se trata de uma tremenda e generalizada falta de educação. Pedradas, boladas, frangadas, ódios sentidos… a que ponto chegaram muitos por uma modalidade desportiva. Vergonhoso, sendo brando na minha avaliação. Se o assunto fosse de real interesse público, basta observar a situação do país e a inacção da população, “tá quieto”, ninguém mexia uma palha. É o que temos e somos.


Space Bound...

Há alturas na vida em que associamos músicas ao que se está a passar connosco.
Esta é uma letra muito profunda que me diz muita coisa. Espero que gostem.
Deixo-vos com esta obra prima do Eminem, Space Bound.



[Verse 1]
We touch, I feel a rush, we clutch, it isn't much
But it's enough to make me wonder what's in store for us
It's lust, it's torturous, you must be a sorceress, cuz you just
Did the impossible; gained my trust, don't play games it'll be dangerous
If you fuck me over, cuz if I get burnt
Ima show you what it's like to hurt
Cuz I been treated like dirt before ya
And love is evol, spell it backwards I'll show ya (evil)
Nobody knows me, I'm cold, walk down this road all alone
It's no one's fault but my own. it's the path I've chosen to go
Frozen as snow, I show no emotion whatsoever so
Don't ask me why I have no love for these mo'fuckin' hoes
Blood suckin' succubuses, what the fuck is up with this
I've tried in this department but I ain't have no luck with this
It sucks, but it's exactly what I thought it would be like tryna start over
I got a hole in my heart, some kind of emotional roller coaster
Something I won't go till you toy with my emotions so it's over
It's like an explosion, everytime I hold ya I wasn't joking when I told ya
You take my breath away, you're a supernova, and Imma...

[Chorus]
I'm a space bound rocketship and your hearts the moon
And I'm aiming right at you, right at you
250 thousand miles on a clear night in June
And I'm aiming right at you, right at you, right at you

[Verse 2]
I'll do whatever it takes, when I'm with you I get the shakes
My body aches, when I ain't with you I have zero strength
There's no limit on how far I would go, no boundaries, no lengths
Why do we say that until we get that person that we thinks
Gonna be that one, then once we get them it's never the same
You want them when they don't want you, Soon as they do feelings change
It's not a contest and I ain't on no conquest for no mate
lyrics courtesy of www.killerhiphop.com
I wasn't looking when I stumbled on to you, musta been fate
But so much is at stake, what the fuck does it take?
Let's cut to the chase, before the door shuts in your face
Promise me if I cave in and break
And leave myself open that I won't be makin' a mistake
Cuz Imma...

[Chorus]

[Verse 3]
So after a year and six months, it's no longer me that you want
But I love you so much it hurts, never mistreated you once
I poured my heart out to you, let down my guard, swear to God
I blow my brains in your lap, lay here and die in your arms
Drop to my knees and I'm bleedin, I'm tryna stop you from leavin'
You won't even listen so fuck it, I'm tryna stop you from breathin'
I put both hands on your throat, I sit on top of you squeazin'
Til I snap your neck like a popsicle stick, ain't no possible reason
I can think of to let you walk up out this house and let you live
Tears stream down both of my cheeks now I let you go and just give
And before I put that gun to my temple I told you this... (Gunshot)

And I woulda did anything for you
To show you how much I adored you
But it's over now, it's too late to save our love
Just promise me you'll think of me everytime you look up in the sky and see a star cuz Imma...

[Chorus 2]
I'm a space bound rocketship and your hearts the moon
And I'm aiming right at you, right at you
250 thousand miles on a clear night in June
And I'm so lost without you, without you, without you

[End]

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Olá a todos... O nosso Lindo País

Boas a todos,

Aceitei o convite para me juntar ao Eu não estou louco porque obviamente não estou louco mesmo! Na verdade tenho muitas histórias para contar e muitas delas foram vividas na primeira pessoa!

Com tanta conversa e não me apresentei, eu sou o Miguel para quem não está louco pode me chamar de Migas.


Passando as apresentações que não interessam a ninguém irei falar de algo que muitos de nós vêem na TV todos os dias falta de emprego e uma enorme crise que reside neste nosso País... Pois eu compreendo como se sentem... eu também fico deprimido quer dizer quem não fica??

Bem passando a frente reparem bem nós portugueses trabalhamos todo a vida para chegar-mos a reforma e não ver-mos um unico euro na nossa conta... é triste mas é verdade e todos vosses meus caros leitores, sabem que sim! Queria que me ajudassem a fazer uma pequena conta

Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes com mais de 18 anos ou seja na idade certa para trabalhar e poder descontar do seu salário para os bolsos do estado.. todos os 10 milhões trabalharem a receber o salário minimo (que é de 475€ ou seja 11% de descontos dá 43.18€ que vai para o estado ) Portugal iria receber apenas dos descontos 43 milhões por mês meus caros amigos pôr mês!! O problema é que nem todos esses 10 milhões trabalham ou seja o estado recebe menos e pede aos portugueses que paguemos 23% no iva tenhamos a reforma para os 65 anos e tudo isso... Até aqui eu compreendo o problema nao percebo é porque portugal pede emprestimos e se endivida mais quando anda a gastar mais de 240 mil euros em jantares.. Ou seja nós portugueses andamos a pagar mais dinheiro para dar ao estado, andamos a comer mesmo, familias passam o triplo das dificuldades, e o nosso governo anda a encher o bandulho á nossa conta!!!

Em França a população faz um motim de semanas, partem a cidade toda, poços de gasolina secam, o País para por completo! Em Portugal aturamos tudo isto e ainda não fazemos nada...

eu pergunto-vos meus caros leitores...
Sou eu que estou louco ou os portugueses gostam de sofrer mesmo??

Migas

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Verde e branco paranormal


Aqui há uns dias, desloquei-me até ao cinema para ver um filme de terror, coisa que já não fazia há algum tempo. O escolhido foi: Paranormal Activity 2. Vou ser sincero, não vi o primeiro. No entanto, esta não é condição essencial para ver o segundo. O Paranormal Activity é um daqueles filmes raros que amamos odiar. A premissa é bastante simples até: a família de Katie vai morar para uma casa com o seu recém-nascido Hunter, e tudo parece perfeito, a família feliz numa enorme casa com piscina. Um dia, entram e a casa está de pantanas, naturalmente instalam um sistema de vigilância com câmaras nos vários pontos da casa. No entanto, descobrem que algo mais que um assalto, existe algo a viver na casa e que pode colocar a sua vida e do bebé em perigo.
À medida que o tempo avança, o medo começa a aumentar. Cenas onde apenas vemos divisões da casa, sem um único som, despoletando no espectador um sentimento de suspense e uma taquicardia intolerável. Adorei o facto de conhecermos todas as personagens, o facto de o homem da família ser céptico em relação ao assunto (até obviamente ter provas em mãos), o facto de a miúda achar “piada” a viver numa casa assombrada (obviamente deixou de achar piada depois) e até o facto de terem uma cadela pastor alemão, que dormia sempre no quarto do bebé, protegendo-o de algo que sabia que se encontrava ali (obviamente também teve um destino infeliz). Em suma, este não é o convencional filme de terror. É uma experiência de medo, suspense e que nos deixa agarrados ao ecrã por muito que queiramos desviar o olhar. É dos poucos filmes em que sais do cinema e pensas nele vezes sem conta, não pela espectacularidade de efeitos especiais mas pelos sentimentos que despoletou em ti. São eventos que pensas que te podem acontecer…

Entretanto, o Sporting vai dando provas que não tem jogado tudo o que sabe e pode, mostrando uma diferença (par)anormal entre exibições na Europa e na Liga Portuguesa. Mas parece-me que tudo se vai resolvendo e essa fronteira vai diminuindo aos poucos, graças a um mortífero Hélder Postiga. E se não conseguirmos ganhar, que tal resolvermos tudo com fruta e café com leite…?



I see what you did there...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Monstro ainda respira

            As drogas desgraçam uma pessoa. Pelo menos é o que dizem. Hoje mesmo foi desmantelada uma fábrica de estupefacientes para os lados do Montijo, propriedade da simpática e até hoje desconhecida máfia inglesa – porque máfia que se preze é italiana, na volta era um bando de hooligans… Inacreditável como num momento delicado, delicadíssimo, da nossa economia as próprias autoridades nacionais inviabilizam investimento estrangeiro, não havendo condições propícias aos investidores quem vai agora meter dinheiro nesta pocilga? Deveriam ter metido umas taxas sobre a cannabis e aquilo ainda rendia uns valentes cobres. Legalizavam, legalize it!, e informavam o pessoal sobre a coisa, ao bom estilo do tabaco… aquilo até deve ter sido mais pelos odores, talvez usassem a droga como ambientador, afinal aqueles lados são meio nauseabundos.

            As drogas eram apenas um artifício para chegar ao busílis da questão… aos 37 anos, entra a cinco minutos do fim e, naturalmente, decido o encontro. Aos longos dos anos tive o prazer de observar vários avançados no meu clube… Domingos, Kostadinov, McCarthy, Lisandro, Derlei, Falcao, a nível internacional Ronaldo (O Fenómeno) e Ronaldo (O Papa Tudo), Nistelrooy, Weah, Raúl, Shevchenko, Henry, Batistuta, Inzaghi, Romário, Salas, Yorke, Larsson, Drogba, Rooney, Bierhoff, Vieri, Eto’o… enfim, e mais uma patada deles, mas poucos reconhecem o talento de um dos melhores, ou mesmo do melhor. Não era senhor de grandes correrias, mas para quê correr quando se sabe onde a bola vai estar? Não era jogador de muitas fintas, mas porque raio haveria de ser se não precisava delas para resolver jogos? Alguns chamaram-lhe tosco, muito injustamente. Esses não percebiam ou não percebem nadinha da poda. Está para nascer alguém com tão apurada capacidade de finalização…

            De Dragão ao peito realizou 125 jogos, marcou 130 golos. Na longínqua época de 2001/2002 marcou 42 golos em 30 presenças, representava então o Sporting. No clube leonino os seus números são: 62 encontros, 67 golos. Em solo turco, ao lado de Hagi, Popescu, Emre Bezologlu, Okan, Hasan Sãs, Taffarel, naquele que terá sido possivelmente a melhor Galatasaray de sempre, marcou 22 golos em 24 partidas disputadas. Foi na Turquia que conquistou os títulos mais relevantes da sua carreira, a nível colectivo – uma Taça UEFA e uma Supertaça Europeia, final onde despachou o Real Madrid com dois golos no bucho. Não importava com quem aparecesse à sua frente, Barcelonas, Milões, Bayers, Reais Madrids… aviava-os todos, de igual maneira. Fazia chapéus de cabeça, com o pé direito, com o esquerdo, fuzilava guarda-redes com pontapés fulminantes de fora da área, matava cruzamentos no peito e, sem que a bola tocasse no solo e num dos seus movimentos característicos, fazia levantar estádios com pontapés fulminantes, vi-o encostar inúmeras vezes à boca da baliza, lembro de cabeceamentos para todos os gostos e feitos, gestos geniais de um predestinado…

            Incompreensivelmente nunca jogou num dos tubarões do futebol, e talvez por isso caiu em depressão – porque seria uma injustiça atribuir os lamentáveis últimos anos da sua carreira somente ao consumo de droga. Diziam que o seu estilo de jogo não encaixava numa dessas grandes equipas… diziam que essas equipas não poderiam ser montadas em função de um jogador… tretas. Ele apenas precisava de alguém que soubesse cruzar uma bola decentemente, alguém que fizesse um passe em condições. Mesmo que fosse necessário montar a equipa para o jogador – algo que nunca acontece, uma equipa será sempre de 11 –, exagerando… o homem merecia, a equipa ganharia com isso.


            Neste fim-de-semana marcou mais um, infelizmente ao serviço do Cherno M. Varna, da Bulgária. Merecia mais, teve imensa culpa no seu destino. Quando acabar a carreira, se acabar algum dia – de um jogador épico espera-se tudo –, alguém pegue no homem e o inclua na estrutura de um clube. Tem muito para ensinar, até pela sua experiência de vida poderia ser uma mais valia. Imagino-o a ensinar outros avançados, “é assim que se faz o gol, cara”, por exemplo.

            Presto assim uma sentida e melancólica homenagem ao melhor jogador que alguma vez vi, certamente ao que mais gostei de ver jogar:     

domingo, 31 de outubro de 2010

Greg Louganis is B(l)ack



            Se melhor maneira existe de se iniciar uma nova entrada… confesso que a desconheço. Aliás, duvido seriamente da sua existência. Quase podia terminar o post – e seria um dos melhores – pois dispensa palavreados acessórios. Mas não, vamos lá escrever mais qualquer coisa, de forma humilde, reconhecendo que o que de mais interessante se poderia passar já passou, está ali em cima.

            Ontem assistimos à primeira “transmissão” – se assim podemos chamar àquilo – de pólo aquático num canal nacional. A piscina olímpica de Coimbra infelizmente não esteve à altura de acolher tão ilustres equipas. Foi mesmo possível observar alguns pedaços de relva e areia a boiarem à tona d’água. Os filtros pareciam não funcionar. Em tão precárias condições, o pólo praticado, por momentos, aparentou mesmo ser futebol. Pergunto-me como foi possível perpetuar o evento sem que a proibitiva bandeira vermelha tenha sido hasteada… é que, bem vistas as coisas, o nível da água subiu perigosamente às mãos de uma grossa chuvada incessante, que só por milagre não submergiu todo o complexo. Relativamente ao jogo, um salto encarpado à retaguarda com dupla pirueta e meia e saída em parafuso, protagonizado pelo Greg Varela Louganis salvou noite.

            Praticantes como Saviola, Aimar, Maxi e até o próprio Coentrão ter-se-iam sentido como peixes na água, em tais condições… e para acabar em grande:



Bela academia