Qual o significado do natal?
De forma simples, nascimento (navidad em castelhano). Se preferirmos Christmas, encontramos a sua origem em Christ's Mass , missa de Cristo. As palavras (etimologias) são quem melhor nos esclarecem acerca dos seus verdadeiros significados, portanto, quando duvidamos seriamente do que nos sai da boca, o melhor é pensar na coisa que desejamos palavrear e na palavra que estamos em vias de escolher. Falar correctamente é custoso, mas esclarecedor. Além de divertido.
O natal, sendo tema antigo em debates e em dúvidas, é, penso que de modo consensual, a comemoração do aparecimento de Cristo enquanto figura corpórea, materializando-se o metafísico, mais do que a comemoração do seu nascimento, somente “necessário”. O nascimento em si dificilmente terá acontecido no dia 25 de Dezembro, salvo se algum pastor mais destemido decidiu levianamente passear com o rebanho arriscando uma broncopneumonia. Há quem aponte os finais de Setembro como a provável altura abençoada. O dia foi convenientemente escolhido pela Igreja, defendem, de forma a coincidir com uma comemoração pagã em torno do solstício. Os ortodoxos festejam o aparecimento da divindade em Janeiro, dia 7.
Aliás, continuando o desmonte, ou lançando dúvidas, desconhece-se o local onde ocorreu o nascimento. Estábulo? Ignora-se também quantos reis magos visitaram o recém-nascido. Correcção, homens sábios e não reis. Melhor, não visitaram um recém-nascido mas sim uma criança. Enfim… maiores dúvidas não suscitarei, uma dissertação sobre a existência ou não-existência de Deus seria extensa, e certamente inconclusiva. Que tenha apenas presente o seguinte: o pensamento sobre o natal não deverá ignorar o seu significado, a sua necessária religiosidade – embora seja celebrado por não religiosos –, a menos que, ao invés de natal, o que na realidade desejamos passar a palavras é “dia em recebi isto e aquilo, ofereci tal, comi assim assado, na presença de fulano e beltrano”. Compreendo que fazer a passagem de que escrevo é difícil (erros e erros…), contudo, o compromisso com a verdade é imperativo. Se pretendermos algo mais profundo, basta associar a isto os bonitos valores da Igreja – instituição de grande importância –, necessários, sem a menor dúvida, ao ser humano e à sua vida em sociedade.
Outras questões podemos colocar, as mesmas de sempre. A da caridade anual, a do consumo excessivo, a da hipocrisia familiar, a dos descarregos de consciência, e por adiante, no mesmo tom.
O natal, para religiosos e não religiosos, sugere algo interessante, a ideia de um eventual renascimento, nosso, seres humanos.
… já agora, por curiosidade, a actual imagem do distribuidor de presentes, em farpelas vermelhas, não foi criada pela marca de refrigerantes, embora esta a tenha utilizado e difundido em várias campanhas publicitárias.
J
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