segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sobre o natal


Qual o significado do natal?


            De forma simples, nascimento (navidad em castelhano). Se preferirmos Christmas, encontramos a sua origem em Christ's Mass, missa de Cristo. As palavras (etimologias) são quem melhor nos esclarecem acerca dos seus verdadeiros significados, portanto, quando duvidamos seriamente do que nos sai da boca, o melhor é pensar na coisa que desejamos palavrear e na palavra que estamos em vias de escolher. Falar correctamente é custoso, mas esclarecedor. Além de divertido.
            O natal, sendo tema antigo em debates e em dúvidas, é, penso que de modo consensual, a comemoração do aparecimento de Cristo enquanto figura corpórea, materializando-se o metafísico, mais do que a comemoração do seu nascimento, somente “necessário”. O nascimento em si dificilmente terá acontecido no dia 25 de Dezembro, salvo se algum pastor mais destemido decidiu levianamente passear com o rebanho arriscando uma broncopneumonia. Há quem aponte os finais de Setembro como a provável altura abençoada. O dia foi convenientemente escolhido pela Igreja, defendem, de forma a coincidir com uma comemoração pagã em torno do solstício. Os ortodoxos festejam o aparecimento da divindade em Janeiro, dia 7.
            Aliás, continuando o desmonte, ou lançando dúvidas, desconhece-se o local onde ocorreu o nascimento. Estábulo? Ignora-se também quantos reis magos visitaram o recém-nascido. Correcção, homens sábios e não reis. Melhor, não visitaram um recém-nascido mas sim uma criança. Enfim… maiores dúvidas não suscitarei, uma dissertação sobre a existência ou não-existência de Deus seria extensa, e certamente inconclusiva. Que tenha apenas presente o seguinte: o pensamento sobre o natal não deverá ignorar o seu significado, a sua necessária religiosidade – embora seja celebrado por não religiosos –, a menos que, ao invés de natal, o que na realidade desejamos passar a palavras é “dia em recebi isto e aquilo, ofereci tal, comi assim assado, na presença de fulano e beltrano”. Compreendo que fazer a passagem de que escrevo é difícil (erros e erros…), contudo, o compromisso com a verdade é imperativo. Se pretendermos algo mais profundo, basta associar a isto os bonitos valores da Igreja – instituição de grande importância –, necessários, sem a menor dúvida, ao ser humano e à sua vida em sociedade.
            Outras questões podemos colocar, as mesmas de sempre. A da caridade anual, a do consumo excessivo, a da hipocrisia familiar, a dos descarregos de consciência, e por adiante, no mesmo tom.

            O natal, para religiosos e não religiosos, sugere algo interessante, a ideia de um eventual renascimento, nosso, seres humanos.

… já agora, por curiosidade, a actual imagem do distribuidor de presentes, em farpelas vermelhas, não foi criada pela marca de refrigerantes, embora esta a tenha utilizado e difundido em várias campanhas publicitárias.

J

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