terça-feira, 18 de setembro de 2012

What comes next?


Alguém por aí? Duvido, este espaço foi criado nos recantos da Internet com vista a uma exploração de um lado mais pessoal, onde pudesse explanar algo que me vai na alma e espelhar em palavras aquilo que sinto. Se alguém estiver a ler, que apite, para que eu saiba que de algum modo não estou a escrever para mim próprio. Mas mesmo que esteja, it’s ok, serve o seu propósito.
Há algum tempo que não venho aqui, as últimas vezes marcaram momentos significativos na minha vida, bons e maus momentos que me mereceram alguma atenção. Hoje volto, praticamente um ano e quatro meses depois. Tanto se passou, tanto sofri, tanto lutei e tanto sorri. Entre tanto, aqui continuo eu, o mesmo de sempre mas ainda assim, completamente diferente.
Terminei a minha Licenciatura, fechou-se um capítulo da minha vida. Muitas questões foram respondidas, mas as que surgem são ainda mais complicadas. What comes next? É o que ando à procura, a próxima etapa, o próximo capítulo. O que será da minha vida daqui para a frente?
Setembro voltou, com ele, as aulas, o regresso à carteira e aos amigos e colegas. Para mim, dezasseis anos depois, nada disso acontece. Agora, o objetivo é entrar no mundo de trabalho, tornar-me adulto e subitamente começar a ganhar a vida. Quando é que isso aconteceu? Em que momento é que foi alterado o rumo da história? Em que momento é que pude deixar de ser criança e de repente começar a ter responsabilidades? Não sei, mas espero saber em breve. É um mundo novo, um novo eu. Novo não é necessariamente mau, mas é necessário, e é quando se sai da nossa zona de conforto que a vida começa. Frase que até agora não significou nada de bom para mim, antes pelo contrário, mas mais uma vez encararei esta etapa com muito esforço e sacrifício, como tenho feito.
O tema que me fez voltar a escrever tem a ver precisamente com objetivos de vida, ou se queremos augurar a algo mais: sonhos. Todos os temos, por muito descabidos, impossíveis ou possíveis que sejam. E não há mal em nenhum deles, onde haja vontade de os realizar. Eu, tal como cada um de vós, tenho sonhos e objetivos de vida, vontade para os alcançar não me falta, o que me faltam são os meios. Por vezes, por muito que queiramos que algo aconteça, isso nunca irá acontecer, seja por vontade do destino seja pelas variáveis da vida. O engraçado é que o sonho que vos falo hoje, não interessa necessariamente no que consiste, mas sim que já o podia ter alcançado, há alguns anos, caso tivesse lutado e esforçado um pouco mais. Alguém por aí com uma máquina do tempo que eu possa utilizar, voltar atrás e esbofetear o velho eu? Agradeço que ma emprestem, bem preciso. O que mais me frustra não é o agora, o ter as asas cortadas para alcançar esse sonho agora, por muito que tente sei que é impossível de o conseguir. O que mais me entristece é acordar e pensar, arrependido, que a culpa é minha e há de residir em mim para todo o sempre. Irei acordar, de ora em vez e pensar, o que poderia ter sido? E o porquê de não ter lutado… Agora? É tarde demais, sei que por mais que lute e me esforce nunca conseguirei chegar a esse objetivo. O universo encarregou-se de me castigar, ou então não, talvez haja um qualquer estapafúrdio plano cósmico para mim que eu desconheça. Mas estou reticente.
What comes next? É a questão. Se alguém ler e se ainda estiver em condições de lutar pelo sonho que tanto querem, não desistam. Lutem cada vez mais. Quando vos disserem que não o conseguem alcançar, provem-nos errados. Lutem contra essa afirmação. O poder da vontade é enorme, acreditem. Encontrei-o tarde demais, mas nem para todos é tarde. Para mim, é. O tempo esgotou-se e hoje, definitivamente, arrumei este sonho. A culpa manter-se-á comigo como uma nuvem que me acompanhará para onde quer que vá. Sei que esta é uma nova etapa, acredito em coisas boas. Acredito que o universo irá mostrar alguma coisa e tenho a certeza que irei adorar, mas até agora, só dúvidas e nevoeiro…

Até uma próxima,
JB

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Como tudo aconteceu

Olá, o meu nome é João. Funny thing about names, eles não nos definem. Era tudo tão mais simples se assim o fizessem. Afinal, o que é que nos define? O nosso passado influencia o modo como nos sentimos no presente e o que decidiremos fazer no futuro. Como alguém (certamente famoso e bastante sábio) referiu, compreende o passado e compreenderás o futuro. Quanto a mim, ainda não percebi o momento em que tudo mudou, em que alterei o rumo da história. Afinal, em que momento é que entrei neste aquário, vagueando em círculos, sempre no mesmo espaço, encontrado as mesmas pessoas e os mesmos receios?
Ainda me assusta o futuro, ainda não o consigo ver claramente. Hoje apercebo-me que, recuso-me a aceitar que a idade me defina pois por mais que envelheça nunca hei-de me tornar adulto. A juventude está na mentalidade de cada um.
Grande parte das pessoas à minha volta são iguais. Iguais na maneira de pensar, vestir etc. Eu, sou acusado de não ser normal, pelos meus actos, pela maneira como me comporto, diferente da maioria. O conceito de ovelha negra assume uma preponderância metafórica nesta matéria. O que é certo é que, sou mesmo assim. Frio, insensível, com receio de qualquer aproximação pessoal. Um dia destes, tal como disse alguém, vou escrever uma carta para todos, ou talvez um livro, a explicar tudo o que sou, como penso e o que me ocupa. Vou pedir-lhes que o queimem depois de o terem lido. Tenho-me apercebido ultimamente que de facto, é esquisito. Estar rodeado de gente mas preferir estar sozinho. Ficar com os meus pensamentos para que nunca sejam ouvidos e acreditar que é o melhor a fazer. Quando mudei para esta etapa da vida, foi um choque. Estar naquele local e com aquelas pessoas era asfixiante. Continuei a esforçar-me e com boas notas, entendia a matéria mas não entendia o porquê de não encaixar. Fiz de tudo e não fiz nada. Confiei e vi a confiança espezinhada. Acreditei e vi a crença estilhaçada. Raio do demónio...

sábado, 7 de maio de 2011

O guarda-chuva amarelo fechou...

Espero que se lembrem, de um post que fiz aqui há uns tempos acerca de um tal guarda-chuva amarelo com um significado algo brilhante e potencialmente utópico. Ou pelo menos, é assim que agora penso (e quem não se lembra do tal post, toca a visitá-lo aqui www.eunaoestoulouco.blogspot.com/2010/12/o-guarda-chuva-amarelo.html).
O conceito é fantástico na minha perspectiva e enquadrado na minha visão do mundo. Porém, considero-o ao mesmo tempo fantasista. A visão nublada de sentimentos intensos prejudicou-me o julgamento e, por consequência causou algum "desconforto" (chamemos-lhe assim) desnecessário. Hoje em dia, não acredito mais no guarda-chuva amarelo. O tempo de chuva acabou, o sol brilha e o objecto está guardado num local distante, para um dia mais tarde, quando o mau tempo voltar, ser novamente utilizado. Pelo menos eu assim queria, infelizmente não é assim que o prevejo. O que resta? O que fazer? Esperar. Fazer o que se quer fazer, sem arrependimentos. E o que importa, é puder dormir sem pensar "se as coisas tivessem acontecido de outra maneira", pois o que sei é que, fiz tudo o que pude e mais alguma coisa. Infelizmente, nunca foi o suficiente e talvez a minha visão romântica do mundo seja demasiado infatil e irrealista. Crescer e amadurecer é a solução. Ninguém tem culpa, a vida por leva-nos por caminhos incertos que nos fazem chegar a locais inesperados. Foi assim que aconteceu. Este texto é para ti, que já magoaste alguém. E para ti, que te arrependes do que poderias ter feito. E ainda mais para ti, por te esforçares por causas impossíveis. As coisas são como são.

O guarda-chuva amarelo está fechado e guardado, aguardando por quem tenha vontade o suficiente de o abrir, mesmo sem mau tempo...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Awesome Rick is awesome

He’s back, and he won the game. F*ck yeah!

A cena aconteceu em inúmeros lares: o incauto cibernauta clica no sedutor endereço, promessa de iminente laugh out loud, jura solene de um amigo velhaco. We’re no strangers to love… uma berraria audível a quatro quarteirões de distância ameaça reduzir o prédio a escombros, vizinhos em pânico equacionam saltar do sexto andar; em escassos momentos instala-se o caos, com a mobilização dos três ramos das forças armadas. O presidente, de semblante carregado, discursa à nação, pedindo a todos os cidadãos que permaneçam nas suas residências até que os factos sejam, ao certo, apurados.

Obviamente que se tratou de mais uma reacção desajustada. Incapaz de desfrutar de uma voz surpreendentemente boa, a fúria inicial rapidamente se transforma em gozo gratuito, escapatória providenciada por uma dança sui generis, concordemos.

A terceira vida do King Rick:

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Considerações importantíssimas

…entretanto o canal Hollywood passou um filmezito engraçado, como habitualmente acontece, dia sim/dia sim ou dia sim/dia não. Iñárritu, em proveitosa parceria com o argumentista Arriaga, parceria recentemente extinta, assinava o seu segundo filme, depois de prometedora estreia com Amor Cão. Naomi Watts confirmava o seu talento e Del Toro reaparecia em grande, três anos passados sobre Traffic, e após o Oscar de Melhor Actor. Ambos seriam nomeados pelos desempenhos neste filme, Melhor Actriz e Melhor Actor Secundário, respectivamente. Sean Penn completava o trio, não sendo nomeado pelo seu papel simplesmente porque, desconfio, nesse ano ganhou o Oscar de Melhor Actor em Mystic River. Melissa Leo, com menor protagonismo, contribuiu com outra boa performance, juntando-se às três anteriores. How much does life weigh?

Mais áspera que o filme, duro e belo como diamante – dureza 10 na escala de Mohs, isto era divertido naquele tempo –, é a realidade. Algures por Lisboa uma senhora foi encontrada morta na sua habitação. E morta estava há 8 anos, na companhia do seu cão. Uma vizinha, meses após o desaparecimento, contactou a polícia. A casa entretanto foi a leilão, por dívidas, estranhamente sem que ninguém tivesse entrado nela, e, finalmente, os novos proprietários deram com a defunta. Bom, mortes há muitas. Esta porventura merece alguma reflexão.

Se mandasse nisto fomentava a produção, dinamizava a agricultura e as indústrias com o objectivo de uma nação auto-suficiente, o estado teria uma marca de roupa, de automóveis, de géneros alimentares, de tudo e mais alguma coisa, barata e acessível a todos, a cultura chegaria a todos, alguns canais teriam somente conteúdos educativos, científicos, artísticos, qualquer coisa que desse poder à populaça. Os vencimentos seriam pagos em barras de chocolate e horas extraordinárias seriam recompensadas com gomas… aquelas com feitio de minhoca ou ovo estrelado, ou coração amarelo e vermelho com açúcar, tubarões coloridos ou lábios, ou amoras pretas e vermelhas… que gomas tão deusas, vénia a esses pedaços de perdição… bom, já me perdi. Como não mando puto e parece que a única forma de intervenção social acontece de quatro em quatro anos, menos, vou decretar sumariamente: toda e qualquer entrada neste blog, da minha autoria, deverá ser concluída com uma imagem da Scarlett Johansson. Ou da Hendricks, ou de outra musa em ascensão; ficando contudo esclarecido que a primeira encontra-se num patamar superior, ponto. Ou de algo nostálgico, do género pastilhas gorila (continuam boas, sim) ou tulicreme, também é engraçado.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Talento ligou...

…disse que não vinha.

            Ao longo dos últimos anos a televisão portuguesa, à semelhança do Sporting, presenteou-nos com um generoso rol de banalidades e flops, para gáudio de muitos, surpreendentemente. Recentemente surgiu um novo entretenimento, após grande sucesso na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos da América, na Filipinas, na Indonésia, na Tailândia, no Panamá… chega-nos, semi-fresco, o Portugal tem Talento. O formato é interessante, não sendo inovador (Pop Idol, The X-Factor). As Got Talent Series convidam o cidadão ordinário a uma demonstração de extraordinários talentos, ou não, quem sabe à fama. Rampa de lançamento de personalidades como Leona Lewis, Paul Potts e Susan Boyle, em Portugal estes concursos de talento pariram a bem-aventurada Luciana Abreu, protagonista de variados êxitos como Floribella, Vestido Azul, Lucy e FHM, edição de Fevereiro de 2007. Nada mau, portanto.

            Infelizmente o programa nasceu torto e com a pata no charco, qual insignificante poça. Ao que parece, decidiram plagiar descaradamente a versão britânica, introduzindo-nos o tugaPotts. Grande coincidência!, a senhora que faz parte do júri desfez-se em baba e ranho… onde raio vi isto? Ah, pois, no Youtube.




            Um trio de avaliadores bizarro, em que uma jornalista e um comediante acompanham a única pessoa com significativos conhecimentos e vivências artísticas.

            A plateia que assiste às actuações comporta-se de modo histérico, lembrando vagamente uma aglomeração de furiosos babuínos esfomeados, ou drogados, ou mesmo uma sala de teatro transformada em ala de hospital psiquiátrico, acefalia monoforme colectiva, diria sem grande demora o doutor Hibbert, gargalhando. It’s lupus, diria House, como sempre.

            Tudo poderia ser esquecido, com muito boa vontade e paciência de monge tibetano, caso assistíssemos a boas actuações, claro, afinal, é esse o propósito do programa. Não, a maior parte do episódio é preenchido por flops, pagos pela própria produção do programa, quer-me parecer. Se assistirmos just for the lulz, e com alguns ácidos debaixo da língua, a coisa ainda passa…

            De qualquer das formas, regressa Luciana, estás perdoada. Com pouca roupa, de preferência.