Ainda me assusta o futuro, ainda não o consigo ver claramente. Hoje apercebo-me que, recuso-me a aceitar que a idade me defina pois por mais que envelheça nunca hei-de me tornar adulto. A juventude está na mentalidade de cada um.
Grande parte das pessoas à minha volta são iguais. Iguais na maneira de pensar, vestir etc. Eu, sou acusado de não ser normal, pelos meus actos, pela maneira como me comporto, diferente da maioria. O conceito de ovelha negra assume uma preponderância metafórica nesta matéria. O que é certo é que, sou mesmo assim. Frio, insensível, com receio de qualquer aproximação pessoal. Um dia destes, tal como disse alguém, vou escrever uma carta para todos, ou talvez um livro, a explicar tudo o que sou, como penso e o que me ocupa. Vou pedir-lhes que o queimem depois de o terem lido. Tenho-me apercebido ultimamente que de facto, é esquisito. Estar rodeado de gente mas preferir estar sozinho. Ficar com os meus pensamentos para que nunca sejam ouvidos e acreditar que é o melhor a fazer. Quando mudei para esta etapa da vida, foi um choque. Estar naquele local e com aquelas pessoas era asfixiante. Continuei a esforçar-me e com boas notas, entendia a matéria mas não entendia o porquê de não encaixar. Fiz de tudo e não fiz nada. Confiei e vi a confiança espezinhada. Acreditei e vi a crença estilhaçada. Raio do demónio...
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