sexta-feira, 20 de maio de 2011

Como tudo aconteceu

Olá, o meu nome é João. Funny thing about names, eles não nos definem. Era tudo tão mais simples se assim o fizessem. Afinal, o que é que nos define? O nosso passado influencia o modo como nos sentimos no presente e o que decidiremos fazer no futuro. Como alguém (certamente famoso e bastante sábio) referiu, compreende o passado e compreenderás o futuro. Quanto a mim, ainda não percebi o momento em que tudo mudou, em que alterei o rumo da história. Afinal, em que momento é que entrei neste aquário, vagueando em círculos, sempre no mesmo espaço, encontrado as mesmas pessoas e os mesmos receios?
Ainda me assusta o futuro, ainda não o consigo ver claramente. Hoje apercebo-me que, recuso-me a aceitar que a idade me defina pois por mais que envelheça nunca hei-de me tornar adulto. A juventude está na mentalidade de cada um.
Grande parte das pessoas à minha volta são iguais. Iguais na maneira de pensar, vestir etc. Eu, sou acusado de não ser normal, pelos meus actos, pela maneira como me comporto, diferente da maioria. O conceito de ovelha negra assume uma preponderância metafórica nesta matéria. O que é certo é que, sou mesmo assim. Frio, insensível, com receio de qualquer aproximação pessoal. Um dia destes, tal como disse alguém, vou escrever uma carta para todos, ou talvez um livro, a explicar tudo o que sou, como penso e o que me ocupa. Vou pedir-lhes que o queimem depois de o terem lido. Tenho-me apercebido ultimamente que de facto, é esquisito. Estar rodeado de gente mas preferir estar sozinho. Ficar com os meus pensamentos para que nunca sejam ouvidos e acreditar que é o melhor a fazer. Quando mudei para esta etapa da vida, foi um choque. Estar naquele local e com aquelas pessoas era asfixiante. Continuei a esforçar-me e com boas notas, entendia a matéria mas não entendia o porquê de não encaixar. Fiz de tudo e não fiz nada. Confiei e vi a confiança espezinhada. Acreditei e vi a crença estilhaçada. Raio do demónio...

sábado, 7 de maio de 2011

O guarda-chuva amarelo fechou...

Espero que se lembrem, de um post que fiz aqui há uns tempos acerca de um tal guarda-chuva amarelo com um significado algo brilhante e potencialmente utópico. Ou pelo menos, é assim que agora penso (e quem não se lembra do tal post, toca a visitá-lo aqui www.eunaoestoulouco.blogspot.com/2010/12/o-guarda-chuva-amarelo.html).
O conceito é fantástico na minha perspectiva e enquadrado na minha visão do mundo. Porém, considero-o ao mesmo tempo fantasista. A visão nublada de sentimentos intensos prejudicou-me o julgamento e, por consequência causou algum "desconforto" (chamemos-lhe assim) desnecessário. Hoje em dia, não acredito mais no guarda-chuva amarelo. O tempo de chuva acabou, o sol brilha e o objecto está guardado num local distante, para um dia mais tarde, quando o mau tempo voltar, ser novamente utilizado. Pelo menos eu assim queria, infelizmente não é assim que o prevejo. O que resta? O que fazer? Esperar. Fazer o que se quer fazer, sem arrependimentos. E o que importa, é puder dormir sem pensar "se as coisas tivessem acontecido de outra maneira", pois o que sei é que, fiz tudo o que pude e mais alguma coisa. Infelizmente, nunca foi o suficiente e talvez a minha visão romântica do mundo seja demasiado infatil e irrealista. Crescer e amadurecer é a solução. Ninguém tem culpa, a vida por leva-nos por caminhos incertos que nos fazem chegar a locais inesperados. Foi assim que aconteceu. Este texto é para ti, que já magoaste alguém. E para ti, que te arrependes do que poderias ter feito. E ainda mais para ti, por te esforçares por causas impossíveis. As coisas são como são.

O guarda-chuva amarelo está fechado e guardado, aguardando por quem tenha vontade o suficiente de o abrir, mesmo sem mau tempo...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Awesome Rick is awesome

He’s back, and he won the game. F*ck yeah!

A cena aconteceu em inúmeros lares: o incauto cibernauta clica no sedutor endereço, promessa de iminente laugh out loud, jura solene de um amigo velhaco. We’re no strangers to love… uma berraria audível a quatro quarteirões de distância ameaça reduzir o prédio a escombros, vizinhos em pânico equacionam saltar do sexto andar; em escassos momentos instala-se o caos, com a mobilização dos três ramos das forças armadas. O presidente, de semblante carregado, discursa à nação, pedindo a todos os cidadãos que permaneçam nas suas residências até que os factos sejam, ao certo, apurados.

Obviamente que se tratou de mais uma reacção desajustada. Incapaz de desfrutar de uma voz surpreendentemente boa, a fúria inicial rapidamente se transforma em gozo gratuito, escapatória providenciada por uma dança sui generis, concordemos.

A terceira vida do King Rick:

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Considerações importantíssimas

…entretanto o canal Hollywood passou um filmezito engraçado, como habitualmente acontece, dia sim/dia sim ou dia sim/dia não. Iñárritu, em proveitosa parceria com o argumentista Arriaga, parceria recentemente extinta, assinava o seu segundo filme, depois de prometedora estreia com Amor Cão. Naomi Watts confirmava o seu talento e Del Toro reaparecia em grande, três anos passados sobre Traffic, e após o Oscar de Melhor Actor. Ambos seriam nomeados pelos desempenhos neste filme, Melhor Actriz e Melhor Actor Secundário, respectivamente. Sean Penn completava o trio, não sendo nomeado pelo seu papel simplesmente porque, desconfio, nesse ano ganhou o Oscar de Melhor Actor em Mystic River. Melissa Leo, com menor protagonismo, contribuiu com outra boa performance, juntando-se às três anteriores. How much does life weigh?

Mais áspera que o filme, duro e belo como diamante – dureza 10 na escala de Mohs, isto era divertido naquele tempo –, é a realidade. Algures por Lisboa uma senhora foi encontrada morta na sua habitação. E morta estava há 8 anos, na companhia do seu cão. Uma vizinha, meses após o desaparecimento, contactou a polícia. A casa entretanto foi a leilão, por dívidas, estranhamente sem que ninguém tivesse entrado nela, e, finalmente, os novos proprietários deram com a defunta. Bom, mortes há muitas. Esta porventura merece alguma reflexão.

Se mandasse nisto fomentava a produção, dinamizava a agricultura e as indústrias com o objectivo de uma nação auto-suficiente, o estado teria uma marca de roupa, de automóveis, de géneros alimentares, de tudo e mais alguma coisa, barata e acessível a todos, a cultura chegaria a todos, alguns canais teriam somente conteúdos educativos, científicos, artísticos, qualquer coisa que desse poder à populaça. Os vencimentos seriam pagos em barras de chocolate e horas extraordinárias seriam recompensadas com gomas… aquelas com feitio de minhoca ou ovo estrelado, ou coração amarelo e vermelho com açúcar, tubarões coloridos ou lábios, ou amoras pretas e vermelhas… que gomas tão deusas, vénia a esses pedaços de perdição… bom, já me perdi. Como não mando puto e parece que a única forma de intervenção social acontece de quatro em quatro anos, menos, vou decretar sumariamente: toda e qualquer entrada neste blog, da minha autoria, deverá ser concluída com uma imagem da Scarlett Johansson. Ou da Hendricks, ou de outra musa em ascensão; ficando contudo esclarecido que a primeira encontra-se num patamar superior, ponto. Ou de algo nostálgico, do género pastilhas gorila (continuam boas, sim) ou tulicreme, também é engraçado.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Talento ligou...

…disse que não vinha.

            Ao longo dos últimos anos a televisão portuguesa, à semelhança do Sporting, presenteou-nos com um generoso rol de banalidades e flops, para gáudio de muitos, surpreendentemente. Recentemente surgiu um novo entretenimento, após grande sucesso na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos da América, na Filipinas, na Indonésia, na Tailândia, no Panamá… chega-nos, semi-fresco, o Portugal tem Talento. O formato é interessante, não sendo inovador (Pop Idol, The X-Factor). As Got Talent Series convidam o cidadão ordinário a uma demonstração de extraordinários talentos, ou não, quem sabe à fama. Rampa de lançamento de personalidades como Leona Lewis, Paul Potts e Susan Boyle, em Portugal estes concursos de talento pariram a bem-aventurada Luciana Abreu, protagonista de variados êxitos como Floribella, Vestido Azul, Lucy e FHM, edição de Fevereiro de 2007. Nada mau, portanto.

            Infelizmente o programa nasceu torto e com a pata no charco, qual insignificante poça. Ao que parece, decidiram plagiar descaradamente a versão britânica, introduzindo-nos o tugaPotts. Grande coincidência!, a senhora que faz parte do júri desfez-se em baba e ranho… onde raio vi isto? Ah, pois, no Youtube.




            Um trio de avaliadores bizarro, em que uma jornalista e um comediante acompanham a única pessoa com significativos conhecimentos e vivências artísticas.

            A plateia que assiste às actuações comporta-se de modo histérico, lembrando vagamente uma aglomeração de furiosos babuínos esfomeados, ou drogados, ou mesmo uma sala de teatro transformada em ala de hospital psiquiátrico, acefalia monoforme colectiva, diria sem grande demora o doutor Hibbert, gargalhando. It’s lupus, diria House, como sempre.

            Tudo poderia ser esquecido, com muito boa vontade e paciência de monge tibetano, caso assistíssemos a boas actuações, claro, afinal, é esse o propósito do programa. Não, a maior parte do episódio é preenchido por flops, pagos pela própria produção do programa, quer-me parecer. Se assistirmos just for the lulz, e com alguns ácidos debaixo da língua, a coisa ainda passa…

            De qualquer das formas, regressa Luciana, estás perdoada. Com pouca roupa, de preferência.

E a Superbowl XLV vai para...

Os Green Bay Packers!


Parabéns a esta grande equipa e que grande jogo que foi.
Parabéns também aos Steelers por nunca terem desistido.

O MVP é sem dúvida o QB dos Packers, Aaron Rodgers, que disputou a sua primeira Superbowl a substituir o lendário Brett Favre, não acusou a pressão e carregou os verdes às costas!

Grande espectáculo musical com as performances de Leah Michelle, Christina Aguilera, Black Eyed Peas e Usher.


Aqui está ele, com a dorsal 12, o Quarterback Aaron Rodgers.

Go Packers!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Liedson - O adeus de um campeão

Liedson, 311 jogos, 171 golos. Um exemplo de garra, um exemplo de luta e esforço em torno de um objectivo, a vitória. Um dos melhores jogadores que vi no Sporting e o grande goleador do século na Liga. A sua perda faz surgir sentimentos contraditórios nos adeptos sportinguistas. Uns afirmam que já vai tarde e que já era velho. Outros afirmam que a picardia com o Sá Pinto foi a gota de água. Ainda outros, tal como eu, ficámos tristes. Liedson é muito mais do que um jogador, tornou-se num símbolo do Sporting, tornou-se numa das garras do leão, quando nunca desistia de um lance, quando marcou todos aqueles golos aos vermelhos. A sua saída entristece-me, não apenas pela sua capacidade goleadora, o seu estilo combativo e a sua maneira de aparecer no sítio certo à hora certa. Liedson era um dos poucos que dava tudo por tudo, que honrava o seu trabalho, que suava a camisola, e espírito como este não abunda pelo Sporting hoje em dia. Agradeço ao Levezinho em nome dos sportinguistas todos estes anos e desejo-lhe a maior das sortes. Serás sempre um campeão, mesmo sem o teres sido de leão ao peito. Não apenas o Sporting fica mais pobre, o futebol português também fica.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Back in the days

Estes são períodos conturbados. O estudo, a pressão e a responsabilidade são como monstros que nos devoram e que nos mantêm em baixo quando tudo o que precisamos é de ir acima e respirar.

Isto tudo relembrou-me de um poema que alguém escreveu...

"Antigamente... Tinha amigos que sentia mesmo amizade, hoje em dia tenho amigos com quem não me sinto à vontade.
Antigamente... Apaixonava-me por gostarem de mim, hoje se me apaixonar deito um foguete por ti.
Antigamente... Eu não pensava em necessitar de dinheiro, hoje em dia eu não penso, eu preciso e desejo.
Antigamente... Só brincar, a pensar que a vida é bela. Hoje em dia brinco à mesma, mas a vida é naquela.
Antigamente... Eu pensava que os adultos não mentiam, hoje rio-me da ingenuidade total que as crianças tinham.
Antigamente... Eu pensava que as pessoas eram melhores, até eu próprio me tornar numa pessoa pior.
Antigamente... Adorava o país onde vivo, hoje em dia não odeio mas penso e fico deprimido.
Antigamente... Já ouvia e criava musica no pensamento e hoje em dia nisso contínuo igual a antigamente..."

Até à próxima, boa sorte.
JB

sábado, 15 de janeiro de 2011

O esquecer e lembrar e o enterrado vivo

Estava eu na conversa com a minha avó, senhora de idade mas com uma mente muito à frente, quando de repente surge um tema que me deixou a pensar. Nunca vos aconteceu estarem numa conversa e tal, de de repente querem-se lembrar de alguma coisa que não conseguem? Muita vez, correcto? Pois bem, nessas alturas costumamos dizer "ah e tal, depois lembro-me". O que é interessante, é que mais tarde, quando de facto me lembro, ainda não me lembrei do que queria lembrar. Difícil de perceber? Pois é, a mente humana tem destas coisas. Basicamente, lembramo-nos que queríamos lembrar alguma coisa mas ainda não nos lembrámos do que inicialmente queríamos lembrar. Ou serei eu que ando esquecido? Se calhar isto é de família.

Bem, mas para este post não ser só palha, falta a vaca (salvo o trocadilho e a metáfora, sem querer ferir susceptibilidades).



Se eu estivesse casado com esta senhora e me divorciasse dela, também me enterrava vivo... (ouviste, Ryan Reynolds?).



E por falar em Buried, vi esta malha no outro dia. Eu que tenho indícios de claustrofobia, logo eu, fui-me por a ver este filme. É capaz de ser o filme mais agonizante de sempre. Não há nada que saber, a premissa de Rodrigo Cortés e Chris Sparling é simples, um homem (Paul Conroy), é um contratado para trabalhar no Iraque. Após um ataque de um grupo de terroristas, vê-se enterrado vivo num caixão, apenas com um isqueiro e um telemóvel. É um suspense que conta a história de uma luta contra o tempo, o ar é pouco, o isqueiro está a ficar sem gás, areia continua a entrar no danificado caixão, uma cobra infiltra-se por uma fenda... e no final, apenas duas conclusões possíveis: ou vive ou morre. Quanto a isto não adianto mais, vejam o filme, não é uma obra prima mas vale pela originalidade.

JB