quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dissonâncias cognitivas e os 5-0


            Em vésperas do clássico, a edição de sexta-feira do pretensioso jornal A Bola inquiria de, modo inaudito, dragões ou lampiões?, numa tentativa de aliciamento dos comuns observadores a arriscarem a sua sorte, e dinheiro, no extenso e aliciante mundo das apostas desportivas online. Embora o nível de captain obviousice envolvido seja perturbador, como se fosse possível a ocorrência de outros resultados que não o triunfo azul, surpreende-me sobretudo o termo utilizado no tratamento dos adeptos benfiquistas. Lampiões? Lampiões? Independentemente da quantidade de iluminados no reino dos 6 milhões, convenhamos que essa adjectivação é polémica. O que terá passado nas mentes dos senhores da BetClic e d’A Bola? Mas se o próprio jornal oficial assim o diz, é porque talvez seja essa uma designação comummente aceite entre os próprios.

            Quanto ao clássico propriamente dito… uma música passou aquando o quarto, caindo que nem ginjas, explicando sem margem para dúvida o que aconteceu no relvado: Ora dá cá um/ E a seguir dá outro/ E depois dá mais um/ Que só dois é pouco… e quem diz dois, eventualmente acaba por chegar aos cinco. Atentem ainda na forma como o speaker anuncia o resultado, recusando proferir o nome Benfica.

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A bandeira do visitante não foi hasteada, prática formal dos encontros da Liga, e algumas bolas de golfe e um frango (!!!) foram enviados para o terreno. Más-línguas apressaram-se a justificar que Roberto terá aberto a capoeira, mas sabemos que isso não sucedeu. Fora de brincadeiras, e entendendo que devido à sua pequena dimensão as bolas de golfe passem despercebidas (devendo ser mais eficaz a inspecção), como se explica que um frango, em boa saúde, tenha entrado no estádio?!

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Duvido que nas calças de alguém, antes por cumplicidade de quem fez a (má) revista. Escusado será escrever, como o comentador brasileiro perspicazmente observou, que tudo isto se trata de uma tremenda e generalizada falta de educação. Pedradas, boladas, frangadas, ódios sentidos… a que ponto chegaram muitos por uma modalidade desportiva. Vergonhoso, sendo brando na minha avaliação. Se o assunto fosse de real interesse público, basta observar a situação do país e a inacção da população, “tá quieto”, ninguém mexia uma palha. É o que temos e somos.


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